Estava ainda estudando no grupo escolar. Devia ter 9 anos ou algo assim. Naquela época o boletim era coalhado de notas boas... Sempre estudamos mais quando somos mais jovens, provavelmente se deve ao controle melhor que os pais tem sobre nós. Bem, o fato é que naquela época eu sempre conseguia boas notas e sempre ficava bem colocado no ranking da classe (naquela época aparecia no boletim a colocação). Com o boletim nas mãos, os pais deveriam assinar e asssim eu devolveria o boletim a escola para controle. Quando recebi o meu, fiquei todo orgulhoso e fui mostrar para o meu pai. Primeirão da turma... meu pai olhou e assinou e não comentou nada. Absolutamente nada. Decepção... tristeza.... revolta? Falei com ele sobre a colocação, ressaltando sem falar que talvez eu merecesse um parabéns por conta dela. Ele me falou algo que carrego até hoje nos meus ombros e foi mais o menos assim: você é o primeiro colocado da sua turma, uma turma de 20 alunos. Você é melhor do que 20 e acha que merece elogio por isso? Quantos alunos existem no mundo?
Bem, aquilo foi um balde de água fria, da cabeça aos pés passando pela alma. Como qualquer criança que espera um tapinhas nas costas por uma boa ação, fiquei muito triste na época e fui remoendo aquilo. Decidi então que não mais me compararia aos outros. Decidi desde aquela época que lutaria para ser melhor a cada dia, estudaria a cada dia para aprender e ser melhor que eu mesmo no passado, e a soma no final dos anos seria uma escalada onde a cada dia eu subiria um degrau. Até hoje eu penso assim, não me comparo nem desejo me comparar, apenas tento melhorar, melhor hoje que ontem, amanhã que hoje. E assim vou escalando minha montanha. Mas isso trouxe algumas ramificações interessantes, comecei a melhorar no que me interessava, ou seja, comecei a estudar e aprender aquilo que me atraia e isso baixou minhas notas na escola, mas notas são enganosas, minha preoucupação deixou de ser o boletim escolar, e sim o que eu sabia ou o que eu aprendia, podia até ser coisas simples ou úteis. Mas isso também teve outra repercussão, dedicado demais a aprender ciência esqueci meu lado espiritual e me declarei ateu. Não esqueci meu lado emocional pois eu aprendia muito sobre poesia e prosa, o amor nos livros é como o amor na vida real, apenas não sabemos escrever na vida as linhas de uma estrofe. Mas isso é tema para outro dia. Me declarei ateu (foi onde eu parei), até há 4 anos atrás. Acordei acreditando em Deus... não me pergunte como! E com isso aprendi também que devo melhorar a cada dia não só no campo da ciência, mas também no campo espiritual. Hoje tenho uma escalada dupla a fazer a cada dia, tento, tento, tento. Só para constar, comecei a escalada espiritual atrasado. Só saberei se evolui no campo espiritual quando for para o outro lado e me defrontar comigo mesmo. Mas tudo bem, eu esperarei para saber escalando...
sexta-feira, 26 de dezembro de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário